quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Simplesmente


Veio de um desejo despretensioso
Da falta de sonhos desmedida
Das tristezas que meu coração guardava
Da experiência de um amor mal resolvido.

É a vez da entrega, sem medo
Ausência de sentimento, nada a declarar
Não há pretensão, não há anseio
Existe apenas a noção de desejar.

A partir daí é um tiro no escuro
Uma vontade infinita de se dar
Esse é o risco se corre,
e é por ele que tenho que pagar.

O que foi feito não tem volta
Tende a crescer e se libertar
Isso é puro, é bonito e é notório
É natural de se gostar.

Quando percebi vi crescendo
Algo que eu não quis despertar
Hoje não há culpa, nem sofrimento
O que faço é te esperar...

terça-feira, 9 de outubro de 2007


Ninguém precisa saber.....

Eu já troquei de lugar
Avistei de longe um horizonte e um fim
Assim tentei me afastar
Mas se era domínio, era mais forte para mim.

Era com medo que sentia
O que não queria ver
Era um sopro em minha vida
Mas fui entrando sem perceber

Enfim seus anseios se abrem
Âmago e intuição se diferenciam
Que sejam muitos amores até que acabem
Na virada do dia novos cravos cresciam

E é no descompasso do meu sentimento
Nas mais puras formas de se apaixonar
Que ainda se encontra o pouco do tormento
Todas as noites que vem me buscar.

Se for riso de amor serei feliz
Mas se queres me sentir
Escutarei as evidencias que me diz
Que dentro desse jogo um dos dois vai partir.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Da parte do que se sente.

É só de amor que se vive
Alimento da alma
Valor que não se exprime
É imensidão sinistra
Do risco que se corre.

É a o espaço que se divide
De tão profundo é sem resposta
Do branco ao preto em um segundo
Se me vou, fica a esperar a volta
Do amor que se viveu um dia.

A paz que se encontra
De tudo tem um pouco de amor
O resto é batimento
Os que se calam sem sofrimento
Escondem o que se aprendeu na dor

É mel que se escorre
Perfume e calor na canção
Amor é a vida mais longa e mais vivida
É parte de mim, é parte de nós
Que não se esquece jamais.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O frio e o coração de Angélica


Ela queria parar. Colocar os pés no chão e descalça sair a pisar em tudo que lhe aborrecia. Queria olhar para o lado sentir-se tranqüila, rir de quem lhe devia e chorar pela tristeza que sentia. Sentada à frente da janela, ali estava pensativa. O que poderia ser mais aflitivo que a espera? O que seria mais angustiante do que observar os ponteiros do relógio para a experiência adentrar pelas frestas? Diziam-lhe que o tempo curava, mas ela adoecia. Diziam que o tempo passava, mas ela regredia.
Foi quando Jorge, seu amigo de infância, lhe disse que em uma viagem de longa distância partiria. Sem que pudesse pensar, se despediram e ele pediu-lhe sua visita. Como um vento depois daquela partida, ela corre em direção ao futuro incerto, à procura de vida. Como se fosse distraída ao que lhe passava, mas dentro de um mundo só seu, ela vagueia a procura de uma resposta para a típica solidão cinzenta que presenciava. Como num raio vertiginoso, olhares se encontram. Era o grande amor da sua vida, indiferente à sua imagem, indiferente à sua dor. Em um piscar de olhos se esvaecesse e, por entre os passos largos e ligeiros finge, como um ator, sua dureza e rancor.
Seu amigo Jorge a avisou, seria dura esta estadia. Mas não contava que o coração lhe dessa essa dica. E foi passando à frente do lugar frio, que Angélica desejou aquilo que naquele instante, lhe parecia uma tentação. O convite para virar estátua no Madame Tussauds lhe chegou em boa hora. Por mais que tivesse o sucesso e o que queria, o coração era vazio de alegria, sem propostas inovadoras e, era daquele jeito e naquele local, que seus dias passariam. Ela finalmente parou e deixou o coração partir.
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Quando você chegou ...

Se o esperava em um sonho
Não posso dizer
Mas meus pensamentos chegaram
A conhecer você.

Antes que pudesse sonhar
Você veio me buscar
No mundo em que estava
Você me fez acreditar.

Aqui existe uma outra realidade
Bem mais calma e serena
Existe um mundo diferente
Para eu vivenciar.

É das lágrimas que tirei a força
Depois do susto, fiquei sempre alerta
Dos desejos, consegui minha vitória
E na vida, eu estava à sua espera.

sábado, 8 de setembro de 2007

A escada

Felicidade
Contentamento
Paz
Tranquilidade
Medo
Insegurança
Tristeza
Fundo do poço

Felicidade...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Sou assim e ponto.



Sou a o espinho da flor
O nome da cor
A música nata
O canto de amor

Sou liberdade sem volta
Caminho do ar
Pedra lascada
Areia e mar

Sou espera infinita
Razão reprimida
Cola que fica
Um breve pulsar


Sou sangue na veia
Laços atados
Vidas opostas
Presa no laço

Sou toque suave
Lenha e brasão
Calma e intensidade
Espuma do sabão

Sou vida sou morte
Mordida de leão
Ferida exposta
Sou toda coração.

quarta-feira, 4 de julho de 2007


Não pensei que fosse assim!


Queria novas experiências de vida
Sonhei com um universo ideal para mim
De repente fez escuro no destino
Entrei em túnel sem fim.

As portas do incerto se abriram
Tinha duas a escolher
Fui até onde me coração dizia
Mas nem mesmo ele conseguia entender.

A sombra que perseguia
Era ilusão que mais tarde eu iria ver
Qualquer lugar para onde ia
Tinha a certeza de não mais saber.

Qual a intensidade dos desejos
A minha vontade de crescer
Que me feriam de tal forma
E não me deixaram reerguer.

À tona vem agora
Os instantes que vivi
A saudade chega logo
Para sempre eu tentar fugir.

Segunda Chance


2ª chance.


Oh verde! que eu conheci
Bem verde quando a vi
A semente estava aqui
Agora não tem mais nada ali.

O que é natural se arranja
Como gomos de laranja
Como a força de uma lança
O ambiente tenta e não alcança

O que era antes uma verdade
Agora é só vaidade
De quem espera na realidade
Esperanças e prosperidade.

No embaraço da correnteza
Só temos uma certeza
Não vivemos com franqueza
Sem a sabia natureza;

Tudo no seu espaço
Saindo fora do compasso
O que era um grande laço
Se perdeu em cada passo.

Já é esperado
Um futuro não pensado
Nas atitudes do passado
Erroneamente tínhamos caminhado.

Se ainda podemos mexer
Que seja em forma de querer
Cuidar para receber
Esse é a o instinto do ser.

sexta-feira, 1 de junho de 2007



"Desejar ser o que não é ou, pior, desejar não ser o que é equivale a negar a si mesmo, mentir para a alma, anular sua essência. Sermos o que somos verdadeiramente é o único caminho para chegarmos a ser o que desejamos intensamente."
Eugenio Mussak

quarta-feira, 16 de maio de 2007




Às vezes me pergunto: será que aquela pessoa que presumo conhecer muito bem é realmente transparente, me demonstra algo que não é, ou simplesmente eu que não enxergo sua verdadeira essência?

Sobreponho preconceitos e fujo de confusão. Se caso eu julgue alguém erroneamente (ninguém está livre disso) recebo as devidas punições da sociedade. E quando me condenam por algo que não sou, não fiz, ou não participei passo a tomar as devidas precauções.

Na verdade me escondo do que sei que não sou, mas não consigo me expressar quando um rótulo equivocado vem me procurar. Corro contra o tempo só porque não posso parar, na verdade queria descansar da opinião alheia e encontrar um grande modo para me amar.

Regras e normas eu mesma faço, em cada ação coloco uma dose de generosidade, caráter e emoção. Minha única razão é veracidade dos meus sentimentos, demonstrada na força do meu instinto, intuição e vocação. Pensem o que quiser, mas não pensem sobre mim.

Tenho orgulho de estar no mundo e fazer bem o meu papel.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Ao Laranja



Aos olhos, cor forte e vibrante, ao coração reconfortante e calorosa. Laranja saborosa, laranja azeda e laranja lima. Meu pé de laranja, meu amigo laranja, minha metade. Ele é um laranja, sua blusa é laranja. Vitamina C, saúde, vitalidade. Feijoada, suco, salada. Na roça, no sitio na chácara. No biquíni, na meia e na calça lavada. É casca, é gomo, é mastigada. De longe laranja, de perto laranja, sempre laranja.

sábado, 5 de maio de 2007

Bom pra você



Zélia Duncan
Composição: Christiaan Oyens e Zélia Duncan

Faça o que é bom
Sinta o que é bom
Pense o que é bom
Bom pra você!

Coma o que é bom
Veja o que é bom
Volte ao que é bom
Bom pra você!

Guarda pro final
Aquele sabor genial
Se é genial pra você!

Tente o que é bom
Permita o que é bom
Descubra o que é bom
Bom pra você!

Então beije o que é bom
Mostre o que é bom
Excite o que é bom
Bom pra você!

Um dia você me conta
Um dia você me apronta
Um resumo
Do supra-sumo do seu prazer
Um resumo
Do supra-sumo do seu prazer

Pese o que é bom
Perceba o que é bom
Decida o que é bom
Decida o que é bom pra você...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

A Saga do Só

Hoje sinto minha alma calada.
Sou uma flor sem companhia
Dos pássaros que cantavam no jardim.

Sou folha morta, esperando um fim
Que o vento me leve
E me leve bem longe daqui.

Que meus olhos vejam
Meu coração não sinta
E que minha mente vagueie.

O vazio é padecimento
A espera é sofrimento
Meu cansaço é de dor.

Passado que me segue
No futuro que me aguarda
O presente é minha sorte.

Eu modifico, eu guardo, eu choro
Eu invento, eu suplico, eu ando
Sozinha estou em muitos cantos.

Veio-me ao mundo assim
Derradeira companhia terá fim
Partirei por horas dentro de mim.




segunda-feira, 23 de abril de 2007

Nossa vida, nosso tempo.



Vivo a vida como se fosse minha preparação para morte. Sim, para morte, porque essa é a nossa sina incontestável. Morremos porque temos que encerrar um ciclo sem dia e hora marcada. Na terra deixamos nossos feitos memoráveis sem sabermos o quão serão admirados e criticados.
Corremos contra o tempo e ele corre contra nós. Os passos rápidos muitas vezes parecem lentos, o piscar de olhos dura uma eternidade. A fadiga dura o tempo necessário para que, mesmo não satisfeitos, possamos descansar. Esse é o tempo que podemos controlar. Viver com o pé no chão, ou de pernas para o ar. O que importa é se viva como tem que ser.
Que o destino, uma força ou qualquer outro nome que queiramos designar, se encarreguem de transformar, o que supostamente seria certo ou errado em algo surpreendente e avassalador. Só assim a vida tem graça, só assim entendemos a verdadeira função do existir e o tempo torna um grande aliado para recomeçar.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Estou incomunicável


No meu mundo não há telefone, correio, televisão rádio ou internet. No meu dia-a-dia não há revista, jornal e muito menos manchete. O que há somente é a minha forte vontade de alcançar, mas infelizmente, por enquanto, não saio do lugar.
Estou sozinha e não tenho nem pra onde olhar, palavras não poderei pronunciar. Se tenho uma caneta, me tiram o papel, se tenho muito a falar, calam minha boca, se preciso gritar, tiram a minha voz.
No espaço da comunicação eu não tenho lugar. Apenas entendo, absorvo e fico a sonhar.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Indecisões


Indecisões

Não sei se apenas olho, se bem observo ou se me fecho.
Não sei se vou para a direita, viro para a esquerda ou se ando reto.
Não sei se faço, se me acomodo ou espero.
Não sei se muito desejo, se compro ou se apenas quero.
Não sei se amo, se odeio ou venero.
Não sei se choro, se me acalmo ou me desespero.
Não sei se acho feio, se admiro ou acho belo.
Não sei se sou bacana, inteligente ou esperto.
Não sei se estou atrasado, muito adiantado ou bem lerdo.
Não sei se pulo, se danço e me libero.
Não sei se escrevo, se falo ou se agora confesso.

sábado, 14 de abril de 2007

Começar


Começo do meio, pois o início de tudo já se foi, mas o fim eu ainda posso transformar...