quarta-feira, 25 de abril de 2007

A Saga do Só

Hoje sinto minha alma calada.
Sou uma flor sem companhia
Dos pássaros que cantavam no jardim.

Sou folha morta, esperando um fim
Que o vento me leve
E me leve bem longe daqui.

Que meus olhos vejam
Meu coração não sinta
E que minha mente vagueie.

O vazio é padecimento
A espera é sofrimento
Meu cansaço é de dor.

Passado que me segue
No futuro que me aguarda
O presente é minha sorte.

Eu modifico, eu guardo, eu choro
Eu invento, eu suplico, eu ando
Sozinha estou em muitos cantos.

Veio-me ao mundo assim
Derradeira companhia terá fim
Partirei por horas dentro de mim.




segunda-feira, 23 de abril de 2007

Nossa vida, nosso tempo.



Vivo a vida como se fosse minha preparação para morte. Sim, para morte, porque essa é a nossa sina incontestável. Morremos porque temos que encerrar um ciclo sem dia e hora marcada. Na terra deixamos nossos feitos memoráveis sem sabermos o quão serão admirados e criticados.
Corremos contra o tempo e ele corre contra nós. Os passos rápidos muitas vezes parecem lentos, o piscar de olhos dura uma eternidade. A fadiga dura o tempo necessário para que, mesmo não satisfeitos, possamos descansar. Esse é o tempo que podemos controlar. Viver com o pé no chão, ou de pernas para o ar. O que importa é se viva como tem que ser.
Que o destino, uma força ou qualquer outro nome que queiramos designar, se encarreguem de transformar, o que supostamente seria certo ou errado em algo surpreendente e avassalador. Só assim a vida tem graça, só assim entendemos a verdadeira função do existir e o tempo torna um grande aliado para recomeçar.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Estou incomunicável


No meu mundo não há telefone, correio, televisão rádio ou internet. No meu dia-a-dia não há revista, jornal e muito menos manchete. O que há somente é a minha forte vontade de alcançar, mas infelizmente, por enquanto, não saio do lugar.
Estou sozinha e não tenho nem pra onde olhar, palavras não poderei pronunciar. Se tenho uma caneta, me tiram o papel, se tenho muito a falar, calam minha boca, se preciso gritar, tiram a minha voz.
No espaço da comunicação eu não tenho lugar. Apenas entendo, absorvo e fico a sonhar.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Indecisões


Indecisões

Não sei se apenas olho, se bem observo ou se me fecho.
Não sei se vou para a direita, viro para a esquerda ou se ando reto.
Não sei se faço, se me acomodo ou espero.
Não sei se muito desejo, se compro ou se apenas quero.
Não sei se amo, se odeio ou venero.
Não sei se choro, se me acalmo ou me desespero.
Não sei se acho feio, se admiro ou acho belo.
Não sei se sou bacana, inteligente ou esperto.
Não sei se estou atrasado, muito adiantado ou bem lerdo.
Não sei se pulo, se danço e me libero.
Não sei se escrevo, se falo ou se agora confesso.

sábado, 14 de abril de 2007

Começar


Começo do meio, pois o início de tudo já se foi, mas o fim eu ainda posso transformar...